CÁLCULO ANO LITÚRGICO
O Ano Litúrgico passa por três ciclos, chamado de anos A, B, C.
A cada ano tem uma sequência de leituras próprias, ou seja, leituras para o ano A, ano B e para o ano C. Para saber de que ciclo é um determinado ano, parte-se deste princípio: o ano que é múltiplo de 3 é do ciclo C.
Para saber se um número é múltiplo de 3, basta somar todos os algarismos, e se o resultado for múltiplo de 3, o número também o é.
Exemplo:
1998 é 1+9+9+8 = 27 (é múltiplo de três) logo é ano C
1999 é 1 + 9 + 9 + 9 = 28 (27+1) = ano A
2000 é 2+0+0+0 = 2 = ano B
2001 é 2+0+0+1 = 3 = ano C
2002 é 2+0+0+2 = 4 (3+1) = Ano A
….
2011 é 2+0+1+1= 4 ( 3+1)= Ano A
Advento - identificado pelo cor roxa.
Este período contém 4 semanas
primeiramente conforme as leituras dos Santos Evangelhos, tratam-se da espera da volta do Senhor. Possui como lema a frase “Vinde, Senhor Jesus!”. Outra particularidade deste tempo é que há também a referência ao primeiro Advento, quando pela promessa realizada ao povo Judeu, o Salvador nasceria na Cidade de Davi, em Belém. Além disso, também a espera da manifestação do Senhor no primeiro Advento, quando todos aguardavam o Messias, o Salvador.
Natal -identificado pela cor branca.
O tempo do Natal - Anúncio do Nascimento do Salvador, nas vésperas e no dia de Natal em 25 de dezembro.
No Ciclo do Natal há também outras Celebrações Litúrgicas, seguindo em ordem são as Celebrações da Sagrada Família, Santa Mãe de Deus (1º de janeiro - Dia de Guarda), Epifania e o Batismo do Senhor.
Após o Natal temos a inserção inicial do Tempo Comum, identificado pela cor verde.
Quaresma - identificado pela cor roxa.
Tempo da Quaresma, 40 dias que nos remete ao período em que Jesus permaneceu no deserto sob as tentações do maligno, derrotando-as em nosso favor. A Quaresma também nos relaciona com o Sacrifício e a conversão pessoal ligado de maneira intima a Paixão do Senhor.
O tempo da Quaresma possui em seu ciclo de 5 Domingos, sendo sempre iniciada na Quarta-Feira de Cinzas (Dia de Guarda) e tem seu término na Celebração da Quinta-Feira Santa, quando se inicia o Tríduo Pascal.
É costume manter o espírito quaresmal até o Sábado Santo, quando a Igreja anuncia a Ressurreição do Senhor, culminando assim no mais importante período para o Católicos, suas características são a ausência de qualquer tipo de enfeites no interior das Igrejas.
Não se pronuncia a oração Litúrgica do Glória e também o Aleluia é omitido, para ser cantado apenas na Missa da Páscoa.
Penitência é o caminho que a Quaresma sugere aos Católicos, como um período propício para abaster-se de tudo aquilo que dificulta a vida de oração e por resultado impede a conversão do coração e a aproximação nossa com Deus. Penitência e jejum devem ser realizados para que nos exercite corporalmente e espiritualmente, tornando-nos mais livres para vivenciarmos perante a primazia de Deus na nossa vida, na vida da Igreja e na vida de todo o mundo.
Quinta-Feira Santa o Tríduo Pascal, onde a Igreja se coloca em uma silenciosa vigília , os fiéis acompanham, através da Liturgia Católica os momentos próprios do Tríduo, que se culminará no anúncio da ressurreição de Cristo.
O Lava-pés,a instituição do Sacerdócio e a instituição da Santíssima Eucaristia, Jesus se faz presente conosco, de maneira real, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade através do Mistério Eucarístico. Neste mesmo dia há a benção dos Santos Óleos (do Crisma, do Catecúmeno e dos Enfermos).
Sexta-Feira Santa, ou Sexta-Feira da Paixão, único dia em que há celebração litúrgica mas que não há a celebração do Santo Sacrifício do Altar, isso se explica porque toda a Igreja se volta para o Sacrifício Cruento, ocorrido na Cruz, no Calvário, na cidade de Jerusalém.
A Igreja, neste dia celebra a Adoração da Santa Cruz e o anúncio da morte do Senhor. Sim, a Igreja toda anuncia a morte de Cristo neste dia. Sem o anúncio da morte do Senhor, não poderíamos proclamar a sua ressurreição.
Neste dia, as imagens dos Santos e Anjos que ornamentam as Igrejas, são cobertos por panos da cor roxa e todas as tolhas e tecidos que cobrem o altar são retirados, vivemos então um período de resignação pelos nossos pecados, pois pelos nossos pecados, Jesus se entregou na Cruz .
Sábado Santo é um dia de muito silêncio interior, pois Cristo está sepultado. Estamos com ele sepultados, afinal foi isso que a redenção nos trouxe pelo Batismo, com Jesus fomos sepultados para a morte. Aguardamos neste dia a ressurreição juntamente com o Senhor.
Páscoa
Chegamos ao Tempo Litúrgico mais importante da vida da Igreja. É a Páscoa do Senhor. O sentido da Páscoa mantém de certa forma o sentido da Páscoa Judaica, que se rememora a libertação dos hebreus da escravidão do Egito e a passagem para a Terra Prometida.
A grande diferença e a superioridade da Páscoa Cristã é que estávamos todos escravos do pecado, havíamos perdido a nossa liberdade de sermos salvos e passarmos para a verdadeira e definitiva Terra Prometida, que é o próprio Céu. Se um de nós não pode vencer a morte e libertar-nos assim do pecado, Deus enviou-nos o seu Filho único para realizar esta redenção definitiva, esta Nova e Eterna Aliança. Assim, ao proclamarmos a Ressurreição do Senhor, estamos imediatamente anunciando que a morte fora vencida em um único e perfeito Sacrifício.
"Aleluia, Jesus Cristo ressuscitou, aleluia, aleluia."
Na Páscoa temos a mais ampla celebração da Igreja Católica. Diversos ritos são celebrados em uma única cerimônia. Assim como a Renovação das promessas batismais, o Rito do Batismo, celebrando assim a vitória da vida sobre a morte, pelos méritos de Jesus Cristo, o Filho de Deus.
O Período Pascal se estende por 50 dias, culminando na Festa de Pentecostes.
Tempo Comum identificado pela cor verde
Dado algumas das intensas riquezas dos ciclos vividos até agora, voltamos ao tempo Comum. O tempo Comum se relaciona sobretudo com a vida pública de Jesus. Identificado pela cor verde é um tempo em que prezamos muito os Domingos e os dias de preceitos que ocorrem durante este ciclo, aliás, o maior ciclo litúrgico é justamente o Comum, abrangendo ao todo durante o ano litúrgico 43 semanas.
Podemos dizer que o tempo comum é um tempo próprio para o amadurecimento da Fé e da razão humana, afim de se estabelecerem plenamente em Cristo. Vivemos cotidianamente uma vida pública e é preciso nesta vida estar por completo fundamentada no Evangelho, nos Mandamentos da Lei de Deus, na intensa oração e vigília.
O Batismo, a Confissão, a Santíssima Eucaristia e todos os Sacramentos são estas heranças que mantém os que querem seguir caminhando com Cristo e que recebem, do próprio Cristo, pela sua Igreja.
Além de tudo, mantemo-nos intimamente ligados ao Espírito Santo, orando e confiando a ele toda as nossas ações. Assim, cresceremos em Fé, razão e discernimento, livrando-nos do mal, perdoando e assim, contatando com a felicidade para qual fomos chamados, uma felicidade que respeita a ordem das coisas, que é amar realmente Deus sobre todas as coisas, amar a nós mesmos como pessoas desejadas por Deus e ao nosso próximo de maneira semelhante.
O ano litúrgico finda-se com este período do tempo Comum, sobretudo, ressaltamos o Domingo de Jesus Cristo Rei do Universo, o último Domingo do Calendário Católico.
Após a celebração de Cristo Rei do Universo e a semana que segue, finda-se mais um ano católico e se reinicia outro, sugerindo constância e perseverança pelo caminho, pela vida, até o fim dos tempos.
AS CORES LITÚRGICAS
Quando vamos à Igreja, notamos que o altar, o tabernáculo, o ambão e até mesmo a estola usada pelo sacerdote e o diácono combinam todos com uma mesma cor. Percebemos também que, a cada semana que passa, essa cor pode variar ou permanecer a mesma. Se acontecer de, no mesmo dia, irmos a duas igrejas diferentes comprovaremos que ambas utilizam as mesmíssimas coisas. Dessa forma, concluímos que as cores possuem algum significado para a Igreja.
A cor usada em um certo dia é válida para toda a Igreja, que obedece um mesmo calendário litúrgico.
A igreja tem o Diretório litúrgico que acompanha-se anualmente.
1) Verde - Simboliza a esperança que todo cristão deve professar. Usada nas missas do Tempo Comum.
2) Branco - Simboliza a alegria cristã e o Cristo vivo. Usada nas missas de Natal, Páscoa, etc... Nas grandes solenidades, pode ser substituída pelo amarelo ou, mais especificamente, o dourado.
3) Vermelho - Simboliza o fogo purificador, o sangue e o martírio. Usada nas missas de Pentecostes e santos mártires, não pode ser substituída.
4) Roxo - Simboliza a preparação, penitência ou conversão. Usada nas missas da Quaresma e do Advento.
5) Rosa (em desuso) - Raramente usada nos dias de hoje, simboliza uma breve "pausa" na tristeza da Quaresma e na preparação do Advento.
6) Preto - Também em desuso, simboliza a morte. Usada em funerais, vem sendo substituída pela cor Roxa.